Essa pesquisa parte do entendimento de Quijano (2005) no qual o processo de continuidade do sistema de dominação, pós fim da dominação política das colônias, se deu pela permanência das colonialidades, guiada pela centralidade da Europa, colocada como única referência para outras sociedades. Esse processo gerou padrões que reverberam na sociedade atual, extinguindo as particularidades e invisibilizando o pluralismo de saberes e existências dos povos e territórios. Em contrapartida, o pensamento decolonial surge como um processo chave no questionamento desses padrões e classificações do mundo moderno colonial. Trata-se do ponto de partida para refletir e questionar esse sistema de dominação, repressão e destruição. Na agricultura, essa herança colonial foi, bem como é guiada por processos de exploração, controle de terras e pessoas. A concepção de desenvolvimento no âmbito agrário se associou ao progresso e logo se tornou um modelo hegemônico que teve como prioridade expandir o agronegócio mundialmente. Nesse sentido, a revolução verde foi um dos principais meios de expandir o capital e fortalecer essa dominação e hegemonização no sistema agrícola, reforçando a colonialidade, invisibilizando saberes e práticas e tornando as pessoas e comunidades reféns do saber imposto por grandes estruturas da agricultura de base industrial. Em vista disso, é fundamental pensar em estratégias para pôr em prática esse pensamento decolonial, aqui apontaremos como caminho a Agroecologia compreendendo-a enquanto uma ciência, movimento e prática na construção de um novo paradigma emergente, na qual as práticas e os saberes populares sejam reconhecidos e valorizados.