O presente artigo investiga a criação de mapas enquanto forma de produção de significados, ou seja, representações imagéticas associadas a (re) apresentação e a produção de ideias de mundo. Objetiva-se caracterizar a produção de cartógrafos ficcionais no Brasil a partir de suas compreensões sobre a cartografia ficcional. Para tal ensejo se discute a ideia de cultura visual associada da Cartografia Crítica e suas críticas à Cartografia tradicional, considerando seu referenciamento no Norte global. Depois, discute-se sobre a relação entre a Cartografia, evidenciando a interação dos mapas tanto na ficção literária Literatura e os jogos de ficção. Em seguida, discorre-se sobre um questionário respondido por cartógrafos ficcionais brasileiros, buscando identificar como se constitui a cultura visual (da criação de mundos fictícios) e como esta repercute os mesmos mecanismos de hegemonização da linguagem cartográfica presentes na narrativa da cultura cartográfica associadas aos dispositivos técnicos. Os três eixos de análise de discurso são as técnicas, os meios pelos quais os cartógrafos constroem suas imagens; a estética, em tendências estilísticas; e referências literárias e visuais, sejam da cultura popular ou da cartografia acadêmica, que balizam a produção destas imagens que são entendidas enquanto mapas. Foi disponibilizado um questionário respondido por 34 pessoas, cujos resultados estão discutidos no texto, e versam sobre um tipo de lógica de sucessão espacial para criação de mundos ficcionais usando mapas. Assim, os mapas artísticos podem ser ferramentas para construção dos mundos imaginados, e também meios de expressão do imaginário particular, conferindo visualidade aos espaços imaginados.