Quando pensamos em uma geografia afetiva, na qual o mundo é o palco de um encontro concreto entre seus elementos sensíveis e o ser humano, entendemos a paisagem como uma experiência, vivenciada de modo único por cada indivíduo. Nesse sentido, a percepção é fundamental na construção da paisagem e da geograficidade. Logo, para pensar e compreender o mundo a partir das experiências do ser humano neste, estabelecemos aqui um diálogo entre geografia e fenomenologia. Entendemos que através das relações afetivas estabelecidas entre o ser humano e a paisagem, existem possibilidades de novos caminhos para o fazer e pensar geográfico. Para isso, utilizamos como área de estudo a Travessia Petrópolis-Teresópolis, um ambiente montanhoso, localizada na região serrana do estado do Rio de Janeiro. O presente trabalho, “Trilhas perceptivas: a Travessia Petrópolis-Teresópolis/RJ”, tem a intenção evidenciar e problematizar como a ciência geográfica pode auxiliar na compreensão das relações estabelecidas entre as várias formas de sensibilidade espacial. A metodologia utilizada foi a de entrevistas narrativas, na qual buscamos entender o que motiva as pessoas a realizar a Travessia, de modo que foi possível por meio de seus relatos conhecer suas percepções sobre a natureza e registar aspectos desta experiência que para elas são importantes. Entendemos que a percepção geográfica se reflete no modo como as pessoas se relacionam com a Travessia e, desta maneira, pretendemos contribuir para a valorização da Geografia e da Geomorfologia que se vivencia e se ensina.