O presente trabalho pretende ressaltar a importância dos saberes e conhecimentos de uso comum dos manguezais como um dos elementos r-existência da territorialidade quilombola contra a colonialidade do poder, do saber, do ser e da Natureza do projeto de desenvolvimento do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) vivida pela comunidade tradicional Quilombo Ilha de Mercês. Partimos do pressuposto que essas contradições possuem raízes fincadas no processo de formação do território brasileiro, estruturadas pelas relações da colonialidade escravagista, onde essas relações colonialistas se caracterizam pelo seu mecanismo de violência aos princípios da humanidade dos outros sujeitos racializados. Essas relações de violência contra a população negra quilombola, e aos bens comuns humanidade, persistem no funcionamento para a expansão territorial do capital. Para compreender como a colonialidade está presente nas contradições oriundas da territorialização do capital, analisaremos o caso da expansão territorial do complexo industrial portuário de Suape (CIPS), no município de Ipojuca, antiga região canavieira, onde se encontravam antigos engenhos de açúcar. Desta maneira, retrocedemos as ações de violência contra a Natureza nas atuações políticas do CIPS, sendo característica marcante a colonialidade da Natureza.