As interações que ocorrem no espaço geográfico se dão de maneira complexa, circunscritas por dinâmicas naturais e sociais. Toda ação antrópica pode gerar múltiplas reações ambientais e sociais com consequências, muitas vezes, de difícil previsão. O estudo da recorrência de desastres ambientais deve considerar as relações dos grupos sociais distintos, pois sua vulnerabilidade diferenciada tem forte relação com desigualdades socioeconômicas, o que leva à reflexão sobre justiça ambiental. A educação geográfica pode e deve inserir o debate sobre causas, efeitos e medidas de prevenção de desastres “naturais” tendo em vista também a vulnerabilidade de diferentes grupos sociais. Tal perspectiva vem sendo defendida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), na medida em que busca discutir parâmetros que retratem o desenvolvimento humano incluindo as pressões antrópicas sobre o ambiente bem como seus efeitos desiguais tendo em vista a (in)justiça ambiental. Assim, em um primeiro momento serão discutidas as contribuições da luta por justiça ambiental no processo de desenvolvimento de uma sociedade, pensando nas consequências desse desenvolvimento para a dinâmica socioambiental. Posteriormente, serão levantadas reflexões acerca da visão integrada do espaço geográfico enquanto um importante mecanismo de compreensão das desigualdades ambientais. Por fim, tendo em vista que, o espaço escolar representa uma importante ferramenta no combate às injustiças ambientais, propõe-se a reflexão sobre o assunto ao longo do processo formativo dos futuros docentes de Geografia na Faculdade de Formação de Professores (FFP), em São Gonçalo- RJ.