A convergência das crises financeira, alimentar, energética e ambiental marcou a primeira década do século XXI, corroborando para uma corrida mundial por terras, conhecida na literatura como land grabbing. Conjuntamente com o land grabbing ocorre o processo de financeirização da economia, com ampliação da influência dos mercados financeiros, bem como seus agentes e instituições no funcionamento das economias interna e internacional. Neste contexto, o presente trabalho problematiza o processo de financeirização do campo brasileiro, destacando o nexo entre a crise financeira de 2008 e a corrida mundial por terras. Posteriormente, discorre-se sobre a transformação da terra em ativo financeiro. Por último, explicita-se a relação entre o capital financeiro internacional e empresas agrícolas que atuam no ramo imobiliário rural e produtivo de Mato Grosso. Do ponto de vista metodológico, foram utilizados nesse texto o procedimento de revisão bibliográfica e acompanhamento de relatórios divulgados nos sites oficiais de empresas que atuam no Estado de Mato Grosso.