O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. E dentre os principais fatores que contribuem para a sua aceleração estão o declínio das taxas de fecundidade e de mortalidade (CAMARANO, 2002; CASTIGLIONI, 2006). O Brasil também experimenta o aprofundamento destes processos em sua dinâmica populacional, as últimas pesquisas censitárias realizadas apontam que em 2010 o número de pessoas idosas correspondia a 10,7%, e poderá chegar a 32,2% em 2060 (IBGE, 2010; 2018). Essa propensão se reflete também em Minas Gerais e, consequentemente, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Tal mudança no balanço demográfico implica no aprofundamento do debate sobre a elaboração de políticas públicas, das quais fazem parte os planos de mobilidade e acessibilidade, que atendam às novas demandas de um crescente grupo populacional. Diante desse contexto, este estudo possui caráter exploratório e quantitativo, tendo como objetivo identificar e analisar as práticas de deslocamento da população idosa na RMBH. Para tal, foram utilizados os dados da Pesquisa OD de 2012 e os dados do Censo de 2010, do IBGE. A partir da análise dos dados foi possível identificar uma predileção geral pelo uso do automóvel. No entanto, a extensa faixa de pessoas acima de 60 anos apresenta alto grau de heterogeneidade nos comportamentos de viagem. Essa diversidade parece estar associada não só à aspectos socioeconômicos individuais, mas sobretudo às características socioespaciais, com implicações nas condições de desigualdade, tanto no que diz respeito à renda, quanto ao acesso às infraestruturas de transporte urbano.