A pesquisa se propõe a analisar os conflitos ambientais a partir de questões transversais definidas por instrumentos de controle instituídos pelo órgão federal e discutir o uso comum da biorregião do Delta do Parnaíba. A proposta de pesquisa se caracteriza como um estudo descritivo e analítico. O recorte biorregional se justifica diante as características naturais e biogeográficas particulares com fortes ligações entre populações humanas, formas de vidas indissociáveis e a configuração física do território. Portanto, marcada por uma territorialidade sobreposta, a biorregião do Delta do Parnaíba passa a ser monitorada pelo Estado como Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba e a Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parnaíba, ambas integradas ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). A biorregião enfrenta o desafio de estar inserida em uma rota turística, e de ter a integridade ambiental de seu território ameaçada pelos processos de expansão do turismo e pelos projetos do neoextrativismo, fundamentalmente na modalidade de geração de energia eólica, que avançam no interior e entorno das áreas protegidas. A pesquisa evidencia a precariedade e fragilidade estrutural dos órgãos gestores das áreas protegidas que prejudicam as práticas de uso comum, favorecem os conflitos ambientais e afetam o sistema socioecológico local. Assim, é necessário o fortalecimento do protagonismo das pescadoras e pescadores, vazanteiros e extrativistas no processo de re-existência e luta pelo território e a garantia da participação efetiva das comunidades tradicionais na construção de diretrizes de manejo.