A reestruturação produtiva pós 1970 ocasionou acelerada expansão do comércio internacional, lançando novos desafios logísticos aos países subdesenvolvidos, que precisaram se adaptar as novas possibilidades mercantis e as intensas transformações no setor de transporte. Países como o Brasil intensificam sua participação na DIT por meio de exportação de commodities minerais e agrícolas, junto a forte aumento nas importações. A elevação nas exportações/importações, sem contrapartida adequada, ampliou a demanda pelos serviços de transportes, especialmente o portuário. Há considerável aumento da produtividade, mas também intenso processo de expansão da fronteira agrícola, interiorizando a produção e exigindo o desenvolvimento de novos corredores logísticos. Embora com alterações pontuais, o setor de transporte/portuário, visto como nós de estrangulamento, só passou a ser enfrentado seriamente pós anos 2000 através PAC I e II e PIL, junto à nova legislação portuária (Lei nº 12.815) e as Parcerias Público-Privadas. Esses, embora precisem maturar, estão criando um novo mapa portuário nacional, marcado pelo vertiginoso crescimento na movimentação portuária na área que se convencionou chamar Arco Norte (crescimento, na movimentação de grãos, de 482% entre 2010-2020). Tal realidade só foi possível graças a um intenso processo de estruturação/reestruturação na logística portuária no Norte e Nordeste, que vem resultando em novos usos e ocupação territorial, impondo uma nova dinâmica espacial. A compreensão dessa nova dinâmica portuária em ocorrência no Norte e Nordeste é objeto de investigação do presente artigo. Tem-se como base pesquisa documental de primeira e segunda mão, levantamento de dados e revisão bibliográfica especializada e teórica.