Atualmente, o agronegócio se apresenta como um importante elemento para a compreensão espacial brasileira. Este resumo pretendeu analisar alguns aspectos produtivos em diálogo com regionalizações e possíveis vinculações às ocorrências de conflitos por terra associadas à atividade de um agente do agronegócio, a empresa de celulose Suzano S.A., ao longo das duas primeiras décadas do século XXI. A partir do levantamento de dados econômicos e socioterritoriais – secundários e de fontes públicas – referentes ao municípios de duas regiões produtivas da corporação (MS e MA-TO-PA), acompanhado de uma revisão bibliográfica com fins conceituais, percebeu-se que, em prol de uma competitividade espacial, e a partir de um diálogo íntimo entre agentes públicos e privados, o subespaço agrícola brasileiro se vê condicionado a um uso crescentemente corporativo do território. Nessa ação pública se encontram revisões, flexibilizações e aprovações de leis federais tornadas descentralizadoras e permissíveis, e financiamentos de projetos privados do agronegócio, pelo BNDES, que ultrapassa os bilhões de reais entre 2002 e 2022, sendo a Suzano S.A. a que mais se beneficiou individualmente. Neste período, a produção e área plantada de eucalipto (2013 em diante) na região do MS e MA-TO-PA cresceram sensivelmente, e no estado do MA, observou-se uma relativa concentração de conflitos por terra na região produtiva a partir do início da atividade empresarial. Portanto, o esforço analítico sobre a relação do agronegócio com o território se torna cada vez mais necessário para, em última instância, sustentar apoio ao povo prejudicado nessa relação de poder.