Iniciadas de maneira violenta com o advento do tráfico de escravizados no início do século XVI, e gradualmente arrefecidas com o fim deste em meados do século XIX, as relações entre o Brasil e o continente africano são consensualmente retomadas no início dos anos 1960, período no qual se consolida também o chamado meio técnico-científico informacional. Desde então, a política externa brasileira para a África tem se mostrado pendular, não apenas com aproximações e afastamentos periódicos com os países africanos, mas também alternando períodos de maior seletividade das parcerias com outros de viés mais pan-africanista. Tal movimento político tem sido acompanhado, desde seu início, pela retomada também da circulação entre o Brasil e o continente africano, incluindo ligações diretas que possibilitam o fluxo marítimo, aéreo e informacional através do Atlântico Sul. A despeito da pendularidade política mencionada, porém, uma análise desses processos de circulação indica uma constância desses fluxos mesmo em períodos de afastamento deliberado, evidenciando, deste modo, a construção de uma seletividade da fluidez Brasil-África em direção a poucas formações socioespaciais africanas específicas no período técnico-científico-informacional – destacando-se, especialmente, a África do Sul, Angola, Cabo Verde e Marrocos.