O capitalismo diante da crise estrutural e sistêmica , lança mão de estratégias para se reorganizar e reestruturar seus padrões produtivos, com vista a intensificar e fazer funcionar de forma mais acelerada seus processos acumulativos, atingindo diretamente aquilo/aqueles que de fato lhe garantem seus períodos gloriosos de acumulação, o trabalho e porventura a classe trabalhadora. A tecnologia surge como uma ferramenta integrada à lógica da intensificação da exploração nos setores produtivos e faz emergir novas modalidades laborais que, por sua vez, passam a ser determinadas e controladas por ela. É no contexto das grandes transformações que atingem o mundo do trabalho que surgem os criadores de conteúdo ou influenciadores digitais, altamente fetichizados pela tendência do discurso da autonomia, do empreendedorismo e desvinculados de si enquanto trabalhadores. O presente artigo, que decorre das etapas iniciais e mais teóricas de uma pesquisa que está sendo desenvolvida a nível de mestrado, utilizando uma abordagem qualitativa de caráter bibliográfico, busca discutir o lugar dos influenciadores digitais a partir da óptica das transformações no mundo do trabalho e suas formas de precarização.