Este texto analisa de forma crítica a irreformável reforma do ensino médio em curso no Brasil. A realidade problemática posta em relevo neste artigo se agrava com a Medida Provisória n. 746 de 2016 que depois é convertida na Lei n. 13.415/2017 (BRASIL, 2017) e tem como objetivo construir um novo modelo de ensino médio no Brasil a partir de argumentos falaciosos e com inúmeros interesses corporativos como pano de fundo. Este artigo analisa o processo de implementação e os desdobramentos do Novo Ensino Médio no estado do Ceará, os resultados preliminares apresentados a seguir se constroem a partir da avaliação de planos, ações e encaminhamentos que a rede cearense de educação propôs para dar início, nas diferentes modalidades de escola, ao novo regime, a partir do ano letivo de 2022. Tomando em consideração que o Novo Ensino Médio levará três anos para sua implementação nas três séries, a análise aqui apresentada debruça-se sobre os dois primeiros anos ao observar, avaliar e construir um panorama desta implementação gradual. Os tópicos do artigo apresentam os principais conceitos e paradigmas utilizados e documentos analisados, assim como o modo que se constituiu a conversa com os atores educacionais envolvidos neste processo. A seguir, os resultados preliminares tecem as primeiras reflexões sobre a implementação do Novo Ensino Médio na rede cearense de educação, discutimos suas limitações institucionais e pedagógicas, sobretudo as profundas superficialidades travestidas de aprofundamentos nas áreas de conhecimento.