A qualificação do espaço pelo poder hegemônico exercido na articulação entre Estado e projetos industriais na década de 1960 decorreu de uma invisibilização dos povos que historicamente ocupam o norte do Espírito Santo e um direcionamento para o plantio de eucalipto para a indústria de celulose. Estes povos invisibilizados são comunidades quilombolas, indígenas, camponeses, posseiros e ribeirinhos que estabelecem uma relação de pertencimento com este espaço, constituindo suas territorialidades. Esta situação de conflitos de territorialidades provocou uma insurgência de comunidades, que levou à retomada de territórios identificados como de uso tradicional e geracional das comunidades no final da primeira década dos anos 2000. Pretende-se, neste trabalho, aprofundar uma leitura crítica sobre a historiografia e geografia desenvolvimentista do Espírito Santo, a partir da leitura e análises de mapas formulados nos estudos sobre a aptidão florestal e sua relação com as políticas territoriais aplicadas ao norte do Espírito Santo. Os sujeitos invisibilizados pelos mapas organizam-se como sujeitos históricos do território e conquistam o uso e a ressignificação do lugar como fonte de vida, a partir da retomada das áreas de plantio de eucalipto, que poderá ser observado nas fotografias de campo e imagens satélites, apresentando outra visão possível de mundo.