Apesar da baixa participação na economia nacional, a produção de fumo e leite têm grande importância quando analisada sob a ótica regional e local. Em Orleans, município localizado na mesorregião Sul catarinense, estas culturas compõe a maior parte do valor adicionado bruto de produção agropecuário, revelando-se de grande valia para a população rurícola. Diante disso, o presente trabalho objetiva compreender como nasceram e evoluíram estas atividades no espaço rural orleanense. Para isso, adotou-se os referenciais teórico-metodológicos da Formação Sócio-Espacial (Milton Santos) aliado à interpretação da industrialização brasileira via pequena produção mercantil (Armen Mamigonian). Por meio da coleta de informações em entrevistas junto aos produtores rurais e análise de dados quantitativos do IBGE foi possível observar o papel dos sistemas integrados e, consequentemente, da incorporação de novas técnicas na expansão do complexo rural orleanense. Verifica-se que a partir do início do século XXI, momento em que o Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT) foi firmado, houve uma redução na produção de tabaco, enquanto a produção de leiteira tem experimentado um aumento progressivo nos níveis de produtividade, impulsionado pelos investimentos realizados pelas empresas integradoras, tornando-se uma alternativa viável para garantir renda aos produtores agropecuários.