O histórico de formação das cidades é dinâmico e se constitui de processos que ora se confluem, ora se sobrepõe, à medida que se perpassam distintos contextos econômicos, políticos e sociais. A lógica de produção socioespacial segregadora intensificada ao longo do processo de produção da cidade tem se tornado mais complexa e é reforçada pela normativa, em cujo marco jurídico se estabelecem parâmetros para os processos de expansão territorial e de dispersão urbana, a partir de diferentes esferas do poder público, que se associam e se articulam a agentes econômicos hegemônicos. No contexto da cidade média brasileira, Dourados, no Mato Grosso do Sul, pretende-se explorar a dimensão espacial das mudanças dos padrões de diferenciação socioespacial, através da perspectiva habitacional, avaliando razões que levam à reestruturação da lógica centro-periferia, por meio de sucessivas ampliações da área urbana municipal, a partir da análise das políticas de alterações nas leis do perímetro urbano, e estudar o grau de dispersão urbana, decorrente da implantação de novas áreas residenciais voltadas a diferentes padrões socioeconômicos.