A metropolização constitui-se como um processo amplo e multifacetário, representa a reestruturação produtiva que acontece no espaço e tem a metrópole como referência de fluxos, de informação e de comunicação. Em nosso caso, observaremos esse processo no litoral do Ceará, que tem no turismo como atividade econômica norteadora. As unidades de hospedagem e as infraestruturas urbanas dão uma nova cara ao litoral, que contrasta com populações que historicamente ocupam o litoral e tem no mar seu principal meio de sobrevivência. O uso permanente dos domicílios traduz-se pela presença dos moradores que convivem com a precarização dos domicílios e a baixa renda dos moradores, enquanto que o uso ocasional das residências, encontra-se a reprodução da atividade turística e as melhores infraestruturas urbanas. As contradições urbanas do processo se impõem em espaços metropolizados ou em processo de metropolização. Há o aspecto político-econômico que loteia para grupos imobiliários porções desse espaço, o contraste está no entorno precário dos domicílios de uso permanente. Essas questões estão representadas nos estudos do REGIC – Regiões de Influência das Cidades, nos censos demográficos de 2000 e de 2010 (ambos elaborados pelo IBGE) e em dados do IVS – Índice de Vulnerabilidade Social (IPEA) e do IBEU – Índice de Bem Estar Urbano (Observatório das Metrópoles). O espaço visto como mercadoria se contradiz pela desigualdade social, produzindo fragmentações em porções mais distantes e descontínuas.