Diversos circuitos espaciais de produção que operam na Amazônia, a exemplo do madeireiro, respondem pelos alarmantes índices de desenvolvimento periférico em voga na região. Visto que suas operações se dão em face da pilhagem territorial, com alarmantes índices de devastação ambiental e de exploração de sujeitos empobrecidos que trabalham. Nosso recorte empírico é o circuito espacial da produção da madeira serrada bruta de Nova Esperança do Piriá, um município do nordeste paraense. Este circuito, que funciona em face de diversas contradições socioterritoriais, a partir de uma estrutura produtiva especializada e se utilizando de força de trabalho de um tecido social marginalizado em nítidos aspectos de precarização. Vem se utilizando o materialismo lógico-dialético como método de abordagem. Como procedimentos metodológicos utilizou-se da: consulta aos bancos de dados do Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados; a pesquisa de campo que se seguiu da observação do cotidiano do trabalho nesse circuito de produção e do registro fotográfico, além das entrevistas não estruturadas dialogadas e não nominais com diversos agentes envolvidos. Vem se percebendo que as relações de produção, nesse circuito espacial, se dão em face da precarização do trabalho dos diversos sujeitos envolvidos. Se constatou que este trabalho vem ocorrendo a partir de longas e intensas jornadas de trabalho, da má remuneração, de um elevado grau de risco a saúde e de exposição a acidentes no trabalho e de total desregulamentação. Aspectos radiculares no desenvolvimento periférico em voga nessa fração da Amazônia Oriental.