Na piscicultura brasileira predomina a produção de tilápias (Oreochromis niloticus), que em 2022, representou 63,9% das 860.355 toneladas de peixes cultivadas no país. Esse volume de produção tem mantido o Brasil como o 4° maior produtor mundial da espécie nos últimos anos (PEIXEBR, 2023). Apesar de grande parte da piscicultura brasileira estar dispersa, importantes aglomerações produtivas se formaram no território brasileiro, sendo estas aglomerações o objeto de estudo de nossa pesquisa de doutorado. O objetivo deste trabalho é evidenciar o esforço metodológico que esse universo de pesquisa exigiu, se desdobrando na necessidade da criação de conceitos que explicitassem a grande diferenciação de composições geográficas e econômicas oriundas de uma mesma especialização produtiva. Essas diferenciações exigem uma metodologia que explique os níveis de complexidade de cada uma, não cabendo uma mesma roupagem conceitual para todas as situações geográficas. Propõe-se então, um esforço quali-quantitativo que impõe o devido rigor e critérios para a aferição do nível de complexidade geográfico-econômica. Dessa forma, propõe-se três parâmetros principais que são os seguintes: a capacidade produtiva (volume de produção/produtividade); diversidade de atores que compõem o circuito espacial de produção e os círculos de cooperação; e atuação destes atores nos circuitos da economia urbana (SANTOS, 1979; 1988). Para tanto, analisamos três aglomerações produtivas que foram classificadas em diferentes níveis de complexidade geográfico-econômica: baixa, média e alta, respectivamente, Três Marias (MG) uma Aglomeração Produtiva Localizada, Submédio do Rio São Francisco (BA-PE-AL) que se configura uma Aglomeração Produtiva Mesofuncional e Ilha Solteira (SP-MS), uma Aglomeração Produtiva Multifuncional.