Timor-Leste tem como ponto de encontro com o Brasil, o fato de ser um país lusofalante, sendo este o principal motivo de haver diversas cooperações entre esses dois países. Com isso, em 2013, o movimento social do campo do Timor-Leste, intitulado União dos Agricultores de Ermera (UNAER), solicitou apoio da cooperação brasileira em Timor-Leste (Programa de Qualificação Docente e Ensino de Língua Portuguesa – PQLP/CAPES), para a construção de uma universidade popular camponesa intitulada Instituto de Economia Fulidaidai-Slulu (IEFS). Nesse sentido, essa parceria com o PQLP/CAPES se estendeu até o início das aulas da universidade popular, em 2015, e teve como foco a construção curricular e a formação de professores. Assim, o presente trabalho busca apresentar e discutir acerca do papel da cooperação educacional brasileira em Timor-Leste e suas respectivas ações entre os anos de 2013 e 2015, especificamente sobre as atividades relacionadas à formação de professores e à construção curricular do IEFS. Prioritariamente, o trabalho é fruto de reflexões teóricas sobre a temática, somadas à experiência do autor na presente cooperação. Portanto, a atividade de cooperação discutida aqui é fruto de uma política externa brasileira de caráter sul-sul, visando a troca de experiências educacionais e consequente construção apoios relacionados ao desenvolvimento leste-timorense, perpassando pela Educação Popular. No caso, essa demanda teve como principal interesse uma forma de desenvolvimento alternativa ligado às reais necessidades das pessoas do campo em Timor-Leste: problemas relacionados à terra e a questão da fome.