Tendo em vista as transformações no Oeste Catarinense desde o início do processo de colonização e da venda de lotes a famílias de origem europeia, foram vários os impactos para a população que já residia nesta região. Apesar desta área já estar ocupada por indígenas e caboclos, estes não condiziam com os interesses do governo e da elite. Os colonos europeus e descendentes destes foram comprando e ocupando porções territoriais significativas, porém distribuídas em pequenas propriedades, onde a mão de obra familiar era significativa, bem como os cultivares e criações de animais destinavam-se para o consumo próprio. Com o passar do tempo, pequenos comércios e armazéns surgiram, assim como o comércio de animais vivos e de banha de porco. É neste cenário que surgem os primeiros frigoríficos, que algumas décadas depois viriam a se tornar grandes corporações do setor de carne e consequentemente modificar o território, a economia, as identidades e a cultura regional. Na atualidade, podemos perceber as formas como estas agroindústrias de carne possuem grande poder e dele fazem uso para garantir que seus interesses sejam alcançados, mesmo que isto possa prejudicar populações mais vulneráveis, como os agricultores familiares. Para além das ações destes grandes empreendimentos, neste trabalho serão abordados alguns eventos que foram significativos para impactar e/ou transformar o meio rural do Oeste de Santa Catarina, como a Covid-19, recorrentes estiagens, crise no abastecimento de grãos, greves/paralisações, entre outros.