O artigo tem como objetivo contribuir para o debate em relação as comunidades tradicionais, destacando as comunidades ribeirinhas na Amazônia, em especial no município de São João do Araguaia, estado do Pará. A metodologia ancora-se na fenomenologia, base de análise das entrevistadas, observações in loco, fotografias e revisão bibliográfica. As discussões realizadas sobre comunidades ribeirinhas localizadas as margens do Rio Tocantins e Araguaia tiveram como arcabouço teórico, os conceitos de Lugar na perspectiva fenomenológica de Yi-fu Tuan (1983) e de comunidades tradicionais de Almeida (2008), Diegues (2000). A categoria geográfica Lugar é relevante a pesquisa de comunidades tradicionais a partir da compreensão das relações estabelecidas pelos sujeitos com a natureza, que são responsáveis pela construção da afetividade ao local, constituído assim, o espaço vivido. A investigação concluiu que, os ribeirinhos amazônicos possuem um modo de vida ligado diretamente a dinâmica da floresta e do rio; mas, o ribeirinho são-joanense estabelece uma relação como rio, beirada e mata de acordo com a dinâmica local do rio Tocantins e Araguaia, que materializa um modo de vida único no território. Esse modo de vida precisa ser conhecido, compreendido e respeitado na Amazônia paraense e no Brasil.