A agroecologia apresenta alternativas ao atual modelo convencional de agricultura imperante no Brasil - representado pelo agronegócio -, a partir de perspectivas que, em contrapartida, priorizam a resiliência dos complexos agroecossistemas e a autonomia dos agricultores. Assim, este trabalho se propõe a trazer considerações a respeito das potencialidades e limitantes ao processo de transição agroecológica no Assentamento Comuna da Terra Dom Tomás Balduíno - localizado em Franco da Rocha, SP -, trazendo argumentos de modo a evidenciar o descaso do poder público no território em questão e a necessidade de mudanças ao atual modelo agrário brasileiro. Os trabalhos de campo foram desenvolvidos dentro dos princípios da pesquisa participativa, entendendo-se a importância de se considerar as percepções e saberes camponeses em estudos agroecológicos e de se pensar criticamente a respeito da visão de mundo hegemônica que foi (e continua sendo) imposta à nossa sociedade de forma violenta às diversas epistemologias existentes entre os povos que habitavam (e continuam habitando) o território brasileiro. O estudo interpreta a realidade a partir da corrente teórica ‘Criação e recriação do campesinato e do latifúndio’, pertencente ao método da dialética materialista.