A atividade operacional militar, principalmente em jovens nas escolas de formação, tem por característica uma alta demanda física, que se constitui de fator de risco para a existência de sintomas musculoesqueléticos (SME). Apesar disso, verifica-se uma carência de estudos que avaliem a prevalência de SME entre Cadetes (CA) e a implicação disso na rotina acadêmica (RA). O objetivo do estudo consistiu em efetuar um levantamento da prevalência de SME entre Cadetes Aviadores (CA) e implicações na RA a respeito dos últimos 12 meses. Setenta e quatro CA da Academia da Força Aérea (AFA), do sexo masculino, cursantes do terceiro e penúltimo ano de formação do curso de Oficial Aviador, voluntariam-se para o estudo. As características encontradas foram as seguintes: idade média de 21,9 (±0,9) anos; massa corporal média de 75,6 (±8,7) kg; estatura média de 1,75 (±0,1) m; e índice de massa corporal médio de 24,6 (±2,35) kg/m². As informações a respeito dos SME, do impedimento de execução de atividades rotineiras devido a SME, e do tratamento profissional dos SME foram adquiridas por meio do autopreenchimento da versão brasileira do Nordic Musculoskeletal Questionnaire – NMQ (Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos – QNSM), que se trata de uma medida de morbidade na verificação localizada corporalmente de sinais e sintomas musculoesqueléticos. Como resultado, verificou-se que 15 CA (20,3%) relataram ao menos um SME nos últimos 12 meses, com um total de 27 ocorrências, dentre as quais 11,1% relacionados à coluna vertebral (CV), 22,2% nos membros superiores (MS), e 66,7% nos membros inferiores (MI). Ao se avaliar a relação entre SME e atividades de RA, verificou-se que dez CA (13,5%) relataram interrupção nas atribuições, com 13 ocorrências, que se concentraram nos MI, com nove (69,2%) desses casos exclusivamente nessa região. Além disso, apenas 10 CA (66,7%) que apresentaram SME procuraram algum tipo de ajuda profissional, em um total de 12 relatos, sendo que dez (83,3%) foram devidos a SME em MI. Dessa forma, os achados reforçam a existência de SME nesses CA, com capacidade de afetar a RA e necessidade de tratamento com supervisão profissional.