Problema investigado: Desde os anos de 1980, a profissionalização domina o discurso reformista internacional sobre a educação. Na Educação Física (EF) este discurso veio atrelado a questão da cientificização e a criação do bacharelado (saúde, esporte, lazer etc.), ficando a formação do professor especifica para a escola. Porém, é no Estágio Supervisionado (ES) que se aponta para as mudanças da prática, criando-se um paradoxo. Objetivo do estudo: Analisar os resultados do movimento de profissionalização nos últimos trinta anos com foco no ES e a influência da “New Public Management” no campo da prática. Características pertinentes da amostra: A partir de perspectiva sócio histórica da realidade brasileira, tomando como referência documentos legais da Legislação, do CONFEF e CREF-4/SP observa-se que nos anos 1990 ocorre a LDBEN 9394/96 e Regulamentação Profissional da EF – Lei 9696/98, atingindo nos anos 2000 de forma inédita os professores no Estado de São Paulo, bem como passando a exigir a vinculação ao Conselho Regional (CR) para poder trabalhar em escola. Estas mudanças desafiam a buscar os eixos temáticos desse processo de profissionalismo e aprendizagem da profissão. Método utilizado para a coleta de dados: opta-se pelo estudo exploratório, utilizando a fonte documental, momento em que se analisa documentos voltados para a formação de professores, diretrizes para o estágio supervisionado, políticas de indução à docência (residência pedagógica) e diretrizes do COFEF e CREF-4/SP. Resultados: (a) Estágio Supervisionado - três idades do estágio supervisionado: o estágio como aprendizagem artesanal; o estágio como aprendizagem por modelos e o estágio como aprendizado da profissão. (b) Profissionalização - as diretrizes de formação evoluem de uma perspectiva de profissionalização para de profissionalismo, mas não há um consenso sobre a especificidade da formação, recaindo no campo do estágio supervisionado a solução para os problemas da prática pedagógica quer seja no aumento da carga horaria de estágio, quer seja no âmbito das boas práticas. (c) “New Public Management” – aparece no âmbito da legislação abarcando duas proposições: a profissionalização da mão de obra e a profissionalização do contexto do trabalho, incorporando a ideia de profissão e propondo o profissionalismo como o novo palco das disputas. (d) Residência Pedagógica - como uma política que pode ser associada ao New Public Management na proposição de um novo ES. Conclusões: Da análise realizada evidencia-se que: 1) O ensino não é linear, mas é feito de continuidades, desvios e retrocessos; da mesma forma, a sua evolução é desigual de acordo com os países e até mesmo dentro de regiões nas quais as formas antigas convivem com formas contemporâneas, criando tensões; há uma evolução rumo ao oficio de ensinar, mas é uma evolução inacabada. 2) Há a criação de um quase mercado e a mercantilização do ensino, o que nos leva a propor uma profissionalização de base.