Resultados recentes sobre a saúde do escolar apontam que os índices de obesidade infantil vêm crescendo ao longo das últimas décadas. É sabido também, que essa doença pode acarretar sérias consequências para a saúde das crianças e fases subsequentes, prejudicando assim o desenvolvimento de suas vidas. O contexto familiar tem papel importante no processo de prevenção da obesidade infantil e educação para a promoção de hábitos saudáveis. Destarte, faz-se urgente a reflexão, sobre o quão capazes os pais se sentem para auxiliar seus filhos e filhas na prevenção da obesidade infantil. A teoria social cognitiva, proposta por Albert Bandura, é um dos referenciais teóricos chamados para a compreensão de como agimos e interagimos diante das diferentes situações e contextos aos quais aprendemos a nos comportar e nos comportamos. Dentre os vários mecanismos cognitivos envolvidos no comportamento humano, a autoeficácia é o central desse processo. A autoeficácia diz respeito ao julgamento que fazemos sobre nossas capacidades para nos comportarmos em direção às realizações num dado domínio em específico. O objetivo desse estudo foi investigar autoeficácia parental na prevenção da obesidade infantil e associações com a alimentação saudável e atividade física dos pais. Esta pesquisa é do tipo exploratória descritiva de natureza quantitativa. Participaram da pesquisa 747 pais, sendo 55% do sexo masculino, onde 56,8% praticavam atividade física regularmente e 61,4% comiam frutas e verduras durante a semana. Para a coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: a) Escala de autoeficácia parental para prevenção de comportamentos relacionados à obesidade infantil e b) Questionário de caracterização sociodemográfica, atividade física e alimentação saudável. Os resultados mostraram correlações positivas e significativas (p ? 0,05) entre a frequência de consumo de frutas e verduras por parte dos pais com a autoeficácia parental, nas dimensões “Atividade Física” (R = 0,169) e “Frutos e Vegetais” (R = 0,338). Os pais ativos apresentaram autoeficácia mais robusta, nas dimensões “Atividade Física” (p = 0,009) e “Frutos e Vegetais” (p = 0,048). Conclui-se que oferecer oportunidades de formação/educação para os pais em conjunto com a escola levando-os a compreender o papel que exercem na modelação de comportamentos saudáveis de seus filhos e filhas para a prevenção da obesidade infantil é um dos caminhos que a teoria social cognitiva tem, em muito, a contribuir para a promoção da saúde dentro e fora da escola.