A Historiografia Linguística, como campo de estudos atrelado à História e à Linguística, tem desenvolvido profícuos diálogos com outras áreas. Nesse percurso, vem se ocupando de reconstruir o conhecimento linguístico, situando-o no tempo e no espaço. No presente trabalho, tenciona-se apresentar o andamento da pesquisa empreendida por Zilio-Passerini e Palma (2021), na qual os autores propõem uma aproximação entre a Historiografia Linguística (Koerner, 1996, 2014; Swiggers, 2012, 2019) e as Tradições Discursivas (Kabatek, 2005, 2015; Koch, 2008; Barbosa, 2012; Andrade e Gomes, 2018). O foco recai sobre a denominada gramática tradicional e, na primeira etapa da investigação, foram utilizadas a Techné grammatiké, de Dionísio, o Trácio, e a Grammatica da língua portuguesa, de João de Barros. Acerca da metodologia, os autores seguiram os pressupostos de Koerner (1996;2014) e Swiggers (2012; 2019). Na ocasião, a análise mostrou considerável proximidade entre as referidas obras, apesar do lapso temporal que as separa. Por essa razão, é possível considerar a gramática tradicional como uma tradição discursiva que, apesar de algumas mudanças, se mantém ao longo dos séculos.