Como mediador das situações de produção na sala de aula, o professor deve orientar a elaboração de textos escritos, considerando o educando como um sujeito relacional, histórico, cujas interações verbais produzem sentidos que o permitem interagir em diversos contextos sociais. No entanto, cabe a reflexão: que gênero tem sido trabalhado na escola, em especial, no Ensino Médio? Conforme Buzen (2006), o trabalho com a escrita se desenvolve nas aulas de redação escolar, numa abordagem textual sistemática com ênfase no código, que favorece o produto final, que é a própria redação escolar. Marcuschi (2016) reforça que a ênfase no código é dada desde o período colonial no Brasil. Essa perspectiva, enfraquece o trabalho com outros gêneros textuais escritos nessa fase de ensino. Dessa forma, este estudo apresenta o trabalho com os livros cartoneros, suportes feitos com papelão, para um trabalho diversificado com gêneros escritos que vão além do ensino de redação. Contribuem para a tomada reflexiva autores como: Geraldi (1984), Bortolanza (2016), Leal e Brito (2007), Lopes et. al (2021), entre outros que embasam a discussão. O caminho metodológico adotado se ancora na abordagem qualitativa com ênfase na revisão bibliográfica e no desenvolvimento da pesquisa-ação aplicada aos estudantes do Ensino Médio de uma Escola Púbica localizada em Recife – PE. Os resultados indicam que o trabalho docente pautado na concepção interacionista de língua e que recorre à produção de livros cartoneros favorece a produção de outros gêneros textuais escritos, na sala de aula do professor de língua portuguesa, sem excluir a produção da redação escolar, vista como uma prioridade no Ensino Médio.