BEZERRA, Jucélia Laurentino et al.. Resistência negra no brasil. Anais I CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/9218>. Acesso em: 05/11/2024 10:58
Resistência Negra no BrasilEsse trabalho reflete a resistência dos negros à escravidão desde a sua terra natal, a África. Fugas, revoltas e quilombos foi uma proposta de estudo do componente curricular Educação e Etnicidade Afro-Brasileira do curso de licenciatura em Pedagogia, pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). O objetivo geral desse estudo é conhecer as formas de resistência dos negros à escravidão e, especificamente, reconhecer a importância dos negros como sujeitos que lutaram de modo contínuo contra o regime escravista. Esse estudo fundamenta-se nos autores Jaime Pinsky (2009), Matheus Serva Pereira (2010), Wlamyra R. de Albuquerque &Walter Fraga Filho (2006), dentre outros. A construção de uma visão crítica da história do negro é necessária para romper com o preconceito que existe na sociedade. O negro não é visto como sujeito que construiu o Brasil, por meio de sua força de trabalho, cultura e miscigenação, sendo “obrigado” a lutar pelo seu espaço nos dias atuais . No início da colonização do Brasil, a principal atividade agrícola desenvolvida foi a produção do açúcar. Para trabalhar nos engenhos a mão-de-obra explorada inicialmente foi a escrava indígena. Porém, os nativos não se submetiam a escravidão, por isso grande parte foi exterminada, e as doenças contribuíram para o fracasso do trabalho indígena, de acordo com Pinsky (2009), que acrescenta outros fatores, também, contribuíram para esse fracasso: “a fraca densidade demográfica da população indígena no Brasil; o fato de as tribos ficarem cada vez mais arredias, a partir da percepção do interesse do branco em escravizá-las; a dizimação dos indígenas por meio da super exploração de sua força de trabalho, etc.” (PINSKY, 2009, p.20). A metodologia de pesquisa foi bibliográfica destacando a contribuição de vários historiadores para compreensão da resistência dos negros a escravidão ao longo da história. Os resultados revelaram que é necessário lançar um novo olhar sobre a história dos negros no Brasil, enfatizando suas lutas, valorando a cultura, desconstruindo uma visão preconceituosa construída ao longo dos séculos. Essa visão crítica deve partir dos educadores, buscando ultrapassar as informações superficiais expostas nos manuais para docentes e alunos. Em um país em que o preconceito ocorre, muitas vezes, de modo oculto, sutil, alimentado pela visão do colonizador, é necessário desconstruir a visão negativa, que ainda existe, do negro. Assim, a historiografia deve mostrar com mais profundidade a vida dos negros, suas lutas e sua importância na construção do país. É constatado que muito se omite em relação às sociedades africanas antes do mercantilismo escravocrata, pois estas já possuíam uma forma própria de escrita e uma civilização formada. Também não se esclarece sobre a religião e cultura negra, alimentando conceitos distorcidos implantados pelos seus exploradores. As igrejas e a elite contribuíram para a desvalorização dos negros, através de imposições de ideias que maculavam a imagem do africano. Ainda hoje, vive-se com heranças desse passado opróbrio. É preciso saber que somos fruto da miscigenação para, assim, diminuir o preconceito étnico que, infelizmente, por ignorância, permanece nas esferas sociais.