Almeja-se com este trabalho socializar resultados de uma pesquisa documental em andamento a respeito das relações de gênero e sexualidade e suas interlocuções com a Educação Matemática nas produções dos anais da ANPEd entre os anos de 2006 a 2013. No campo da educação, resistências, limites e sistemas de negação foram historicamente sendo construídos sob uma pedagógica repressora a respeito das relações de gênero e sexualidade. Neste cenário, concepções de corpo e sexualidade ganham destaque nas calorosas discussões, teórica e política, sobre diversidade de gênero, como a autora se refere neste trabalho ao campo de estudos sobre gênero e sexualidade. Está aportada no conceito de gênero, em uma perspectiva pós-estruturalista, como sendo historicamente, socialmente, culturalmente construído na relação do sujeito consigo e com o outro. (LOURO, 2001; MEYER, 2010; NICHOLSON, 2000). Embora nos últimos anos venham sendo promovidas políticas afirmativas para a diversidade e a diferença, a escola tem apresentado altos índices de violência. A UNESCO (2004), em um estudo com cinco mil professoras/es entrevistadas/os, evidenciou que cerca de 60% destas/es consideraram inadmissível relacionamentos entre homossexuais. Abramovay, Castro e Silva (2004) realizou uma pesquisa em 14 cidades brasileiras no ano de 2000 e evidenciou que apenas 36,1% dos meninos consideravam ação violenta bater em homossexuais. Mesmo o cenário apresentado tendo há alguns anos chamado atenção de profissionais da educação, apenas recentemente na educação matemática brasileira timidamente alguns estudos aparecem sobre o silenciamento e invisibilidades a respeito da diversidade de gênero. Uma investigação acerca das referidas temáticas nos anais da ANPEd- Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação, especificamente no GT - Grupo de Trabalho de Educação Matemática aponta a carência de estudos na área entre os anos de 1998 a 2009. (FIORENTINI, 2002; SOUZA, FONSECA, 2009). Em sintonia com cenário apresentado, a autora vem realizando uma investigação nos trabalhos do mesmo GT e dos GTs Formação de professores e Currículo entre os anos de 2006 a 2013 almejando identificar se estudos a respeito das relações de gênero e sexualidade e suas implicações com a educação matemática vem sendo apresentado nos referidos anais. A pesquisa é de caráter qualitativo e se utilizou como instrumento de coleta de dados a análise documental de trabalhos científicos. A análise está sendo realizada segundo orientações de (LUDKE e ANDRÉ, 1986; HOWARTH, 2005). Ressalta-se que a pesquisa está em andamento e que os dados ainda são preliminares. Até o momento foram analisados 123 resumos da categoria trabalhos do GT Educação matemática onde se constatou que apenas um discutia relações de gênero e suas implicações com a educação matemática. A autora tem se debruçado na análise do trabalho na integra apenas do que tem contemplado discussões teóricas a respeito da temática. Tem percebido discussões teóricas concernente a relações de gênero no que se diz respeito aos aspectos motivacionais com relação a meninas e meninos na resolução de problemas em Matemática. O que mais tem chamando atenção é que apenas um trabalho abordou a temática gênero e suas interlocuções com a educação matemática.