Busca-se uma reflexão condensada dos períodos que antecederam a implementação do Sistema de Cotas no Brasil, em referência ao processo de escolarização do negro para que os precedentes deste Sistema sejam colocados em questão afim de entender os entraves causados pelo desconhecimento da história de um passado recente que excluiu e negou aos negros o direito à escolarização de uma forma velada, discriminatória e anti-democrática. Pretende-se no viés desta discussão analisar a política de acesso e permanência dos alunos negros no IFRJ – Campus Nilópolis. Quando realizamos um levantamento histórico do processo de escolarização dos negros entendemos que há uma dívida tão fecunda com grande parte da população, sendo o Sistema de Cotas ainda embrionário diante do período escravocrata e da negação de direitos no período seguinte. As políticas educacionais possibilitando a entrada dos alunos negros nesta Instituição é recente, e não compõe somente a população negra, mas uma série de fatores associados à raça, como condições sócio-econômicas e histórico escolar anterior integralmente em escolas públicas, adequando-se à legislação e regulamentação da mesma. Em um levantamento de dados do número de alunos cotistas dos grupos: 1A e 2A matriculados no IFRJ – Campus Nilópolis, no 1º semestre de 2014, que obtiveram aprovação no período (contado em semestres), temos os seguintes resultados: 21 alunos matriculados, 19 reprovados e 02 retidos. Estudantes negros advindos do Sistema de Ensino Fundamental da Rede Pública tem a possibilidade de acesso através da política de Cotas, mas sua permanência está igualada aos estudantes que ingressam em ampla concorrência.