Este artigo apresenta e discute os resultados de uma pesquisa realizada com um grupo de estudantes do sétimo semestre do curso de Licenciatura em Letras do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE/Campus Crateús). Este estudo teve como objetivo investigar as repercussões do ensino remoto na formação docente dos graduandos durante o componente curricular “Estágio de Observação e Regência no ensino fundamental II”. Como pressupostos metodológicos optou-se pela pesquisa de natureza qualitativa, utilizando como ferramenta a técnica de entrevista, que foi constituída por nove perguntas subjetivas que procuravam identificar a percepção dos estudantes acerca da sua prática em sala de aula durante o estágio no ensino remoto. As principais categorias de análises foram: Estágio, Formação docente, Ensino de Língua Portuguesa e Ensino Remoto. De acordo com a pesquisa concluímos que, o ensino de forma remota inviabiliza a relação entre professores e alunos, necessária ao processo de ensino e aprendizagem. O estudo revela ainda que a pouca familiaridade no manuseio das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) repercutiu na experiência de forma negativa no estágio durante o ensino remoto. Paradoxalmente, as tecnologias digitais, assim como o acesso à internet de qualidade foram condições importantes para que os graduandos pudessem experimentar a formação docente no estágio durante o ensino remoto. A pesquisa revela que o ensino remoto como única alternativa de vivenciar a formação docente repercutiu em grande sofrimento para os estagiários fazendo com que estes desistissem de ser professor/a. As narrativas dos estudantes pesquisados revelam que a falta de relação direta com a escola, a rotina escolar e a prática docente impossibilitaram a compreensão das dimensões do trabalho docente em seus aspectos: pedagógicos, políticos e curriculares.