Este artigo, do tipo relato de experiência, tem como finalidade apresentar as vivências desenvolvidas a partir do projeto interdisciplinar “Pela Dignidade Menstrual: absorva essa ideia” , do Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão, IEMA Pleno São Luís. Teremos como foco, a partir de uma abordagem qualitativa, discutir as práticas desenvolvidas ao longo dos meses de abril a junho de 2022, no âmbito do projeto mencionado. As reflexões apresentadas terão como suporte teórico conceitos de Michel Foucault, especialmente as noções de dispositivo da sexualidade e biopolítica. Sabe-se que os discursos sobre menstruação enquanto um processo fisiológico e saudável ainda constituem um tabu, fato este que contribui para a desinformação e estigmatização acerca do assunto. Dentre os reflexos dessa interdição da menstruação, podemos citar também o problema da falta de recursos e de acesso a bens e serviços que possibilitem uma menstruação segura e digna para milhares de pessoas brasileiras. A pobreza menstrual, nesse sentido, configura-se tanto como um problema de saúde pública, quanto de violação de Direitos Humanos, correspondendo à ausência de condições de higiene menstrual, que afeta diretamente pessoas que menstruam e que vivem em situação de vulnerabilidade social. Em seu desenvolvimento, o projeto utilizou-se das seguintes práticas: levantamento diagnóstico do conhecimento prévio das turmas; rodas de conversa; jogos educativos sobre ciclo menstrual; construção de infográficos e campanha de doação de absorventes. Como principais resultados temos a promoção da educação sexual e de gênero na escola, divulgação de políticas públicas para dignidade menstrual, e fortalecimento da autonomia dos corpos que menstruam.