Conhecida ordinariamente pelo senso comum como “a profissão mais antiga do mundo”, a prostituição encontra na literatura brasileira o espelho que busca refletir a exclusão social de uma instituição estigmatizada devido a padrões discriminatórios da sociedade. Nesse quadro, o presente trabalho pretende discutir a prostituição feminina e a construção identitária de mulheres que sobrevivem dessa prática sexual. Para tanto, este artigo está organizado em três partes. Na primeira resenhamos os conceitos de prostituição com base nos pressupostos teóricos de Espinheira (1984), Nascimento (2008), Rago (2008), Silva (2006), entre outros; na segunda apresentamos e discutimos as cinco modalidades de prostituição (trottoir, casas fechadas, casas de show/boates, “acompanhante” e “ciberprostituição”); na terceira refletimos sobre a construção identitária da prostituta. Os resultados de nossa reflexão apontam para a prostituição feminina como uma negociação/venda do desempenho sexual da mulher que oferece os seus “serviços sexuais” numa dinâmica de trabalho que acarreta a negociação de identidades,fato este que caracteriza a prostituição como uma temática bastante complexa, a qual pode nos ajudar a compreender as relações sociais e a lógica da cidade.