MORAES, Maria Janiele Nascimento De. Afroinsularidade: uma jornada pelo colonialismo. Anais VIII CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/89317>. Acesso em: 23/12/2024 01:04
RESUMO O presente artigo foi realizado visando analisar o poema “Afroinsularidade” da escritora São-Tomense, Conceição Lima, presente no livro O útero da casa. Esse poema é visceral, assim como o livro e toda a obra de Lima. Examinando minuciosamente as analogias poéticas feitas através da voz lírica do poema, foram estabelecidas as devidas relações. Conceição Lima é uma das vozes negras/femininas mais importantes de todos os tempos , pois fala com propriedade da luta negra por voz e representatividade. A ideia central foi refazer a jornada identitária, as memórias, e retornar à terra natal da voz poética, ou pelo menos a esse lugar original da afetividade da poetisa. Em Afroinsularidade, a poetisa fala específica e claramente sobre um doloroso e longo processo de colonialismo. Ao longo dos versos Conceição canta as artes, as lembranças de amigos, faz referências políticas, mas, sobretudo, pode-se perceber a musicalidade, presente não apenas em Afroinsularidade, mas na obra como um todo de Conceição. No tocante ao referencial teórico, esse trabalho se construiu, essencialmente, através da leitura do próprio poema, mas também mediante os postulados de Alfredo Bosi em seu livro (1977) Poesia e Resistência, os pressupostos de Inocência Mata (2010) em Polifonias Insulares também foram consultados. Dentre muitas outras descobertas, pode-se concluir que a busca da poetisa (ou da voz poética), apesar de se falar tanto na Ilha de São Tomé, é maior que isso, a busca é por uma AFRICANIDADE!