É possível pensar no desenvolvimento de uma cultura cientifica, ou científica-filosófica, na Educação Infantil? Se sim, como fazê-la acontecer na educação das crianças pequenas? Esses são alguns dos questionamentos que trazemos para a reflexão no trabalho que apresentamos. O artigo é fruto das discussões realizadas durante os “Seminários de Pesquisa sobre Docência e Práticas Educativas na Educação Infantil”, disciplina cursada no Doutorado em Educação da Universidade Federal de Alagoas. A partir de uma pesquisa bibliográfica, investigamos as concepções necessárias de infância e criança para fundamentar a prática científica-filosófica na Educação Infantil, além de refletirmos sobre como proporcionar essa experiência. Para tanto, nos baseamos em autores como LIPMAN (1990); LEAL (2008); KOHAN (2008; 2015); SOUZA (2016), entre outros pesquisadores que lidam com a temática da infância. É necessário entender a infância/criança como possibilidade, como capaz de fazer emergir novos significados para o mundo, distanciando-se daquela concepção dessa fase apenas como carência, falta, incompletude. A infância/criança traz consigo características que coadunam com o fazer científico e filosófico, como a curiosidade, a capacidade inquisitiva, o querer saber mais sobre o mundo que a cerca, potencialidades estas que tornam possível o desenvolvimento de uma cultura científica-filosófica desde a Educação Infantil. Para isso é preciso respeitar as especificidades da infância/criança e, de forma especial, aprender a ouvi-las, compreendendo que elas possuem um modo peculiar de ver o mundo, de expressá-lo, o que difere do modo adultocêntrico de percepção.