Neste trabalho analisamos, através de dados e documentos institucionais, como se deu a implantação do ensino médio integrado ao técnico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) a partir da promulgação da Lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008. A hipótese que orienta as análises é de que, de acordo com os documentos produzidos pela instituição, bem como com os dados apresentados de aumento de número de matrículas e cursos dos cursos técnicos integrados ao médio no IFSP, a pretendida política encontra limites e resistências a serem apurados para sua efetiva concretização no cotidiano do IFSP. Através de uma análise minuciosa dos regulamentos institucionais, a luz das teorias da politecnia de Karl Marx e da Escola Unitária de Gramsci, que compuseram o arcabouço teórico proposto pelo Documento Base para Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio, produzido pelo Ministério da Educação (MEC), em 2007. Utilizando a proposta teórico/metodológica do ciclo de políticas de Stephen Ball, que analisa o ciclo contínuo da política, constituído por cinco contextos: a política proposta, analisando o contexto de influência, o contexto da produção de texto, o contexto da prática, o contexto dos resultados (efeitos) e o contexto da estratégia política, é possível concluir que a política proposta pela promulgação da Lei nº 11.892/2008 não fez coro imediatamente na instituição, que passa apresentar políticas institucionais claras ao encontro da teoria proposta a partir do ano de 2014 e, consequentemente apresenta relevante aumento da população atendida pelos cursos. Este estudo limita-se a apresentar elementos que sustente tal hipótese e indicar que, para compreender os motivos de fato que fazem a realidade se apresentar como tal, é necessária uma investigação profunda das relações institucionais e da conjuntura política em que esteve imersa a instituição no período investigado.