PASSOS, Vinicius Mascarenhas Dos et al.. . E-book VII CONAPESC... Campina Grande: Realize Editora, 2022. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/87903>. Acesso em: 21/11/2024 22:42
A disciplina Educação para Sexualidade (EPS) foi implementada, no ano de 2005, nos anos finais do ensino fundamental das escolas municipais de Jequié (BA). Apesar da exclusão das questões de gênero e sexualidade no Plano Municipal de Educação (2015-2025), esse componente curricular continua resistindo aos ataques conservadores e fundamentalistas. Diante disso, essa pesquisa objetivou analisar os direcionamentos das práticas pedagógicas de algumas/alguns ex-professoras/es que ministraram a disciplina EPS desde a sua implementação e outras/os que ainda a ministram. Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo comitê de ética da UESB, sendo desenvolvida no ano de 2021. Para a produção do material empírico foram realizadas entrevistas narrativas com cinco participantes. Todas as falas foram registradas em áudio com o consentimento das/os participantes, transcritas e analisadas por meio dos estudos foucaultianos, pós-críticos e pós-estruturalistas. Nessa pesquisa percebemos que algumas/alguns docentes entendem que os conhecimentos sobre sexualidade devem estar alicerçados ao discurso biológico descritivo, naturalizado e essencialista, já que este é entendido como o conhecimento como explicação e comprovação científica. Conhecimentos anatômicos e fisiológicos, sobretudo pautados numa perspectiva preventiva da gravidez e Infecções Sexualmente Transmissíveis, além da relação dos hormônios como o corpo foram destacados como fundamentais para serem abordados na disciplina EPS. Em contrapartida, outras/os professoras/es têm ampliado as discussões para além do discurso biológico, discutindo questões relacionadas à vivência dos desejos e prazeres, deslocando a perspectiva reducionista da sexualidade para além do risco e perigo.