Embora o ensino de ciências no Brasil venha sendo discutido e aprimorado ao longo dos anos, importantes instrumentos de avaliação como o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) apresentam resultados com poucos avanços em comparação a outros países. A importância da educação científica na educação básica tem ganhado cada vez mais espaço dentro da discussão do ensino de ciências, tendo em vista a necessidade de uma educação científica de qualidade e abrangente, imprescindível para uma participação cidadã ativa na sociedade, em contraposição ao vertiginoso aumento do negacionismo científico. Este artigo, de natureza qualitativa e de revisão, é fruto de uma pesquisa realizada no mestrado em ensino de ciências naturais, na Universidade Federal de Sergipe, com o objetivo de desenvolver uma compreensão da educação científica a partir dos parâmetros avaliados nos sistemas do Saeb e do PISA. Como resultado da pesquisa, constatamos que para enfrentar a estagnação de desempenho observada nestes exames, que representa “a ponta do iceberg” do ensino de ciências brasileiro, é urgente que a educação científica esteja inserida o quanto antes nesta etapa e fortalecida em todos os níveis de ensino, como sugerido nos documentos norteadores, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Dessa forma, é imprescindível a efetivação de um projeto de educação científica infantil para uma formação cidadã, alinhada com os avanços científicos, tecnológicos, problemas sociais – incluindo os sanitários – a exemplo da COVID-19, ambientais, e para o desenvolvimento econômico do país.