Na área da linguagem observamos que a maioria das pesquisas nacionais trata de questões ligadas à língua majoritária brasileira, a língua portuguesa. É praticamente inexistente o número de pesquisas que abordem a aquisição da Libras e da língua portuguesa oral, por uma criança ouvinte filha de pais surdos que teria acesso a essas duas línguas, sendo a primeira, pelo convívio com os pais surdos e a segunda, através de familiares ouvintes. Portanto, o objetivo dessa pesquisa foi investigar a aquisição e desenvolvimento da língua de sinais e oral de uma criança ouvinte filha de pais surdos. Para fundamentar os estudos reunimos teóricos, tais como: Klima; Bonvillian;Petitto e Marantette; Quadros; Karnopp, dentre outros. Optamos pela pesquisa qualitativa e o método empregado foi o estudo de caso. Realizamos um estudo longitudinal com uma criança entre os 3 e 4 anos de idade, através de avaliação e acompanhamento, ocorrendo ambos, na escola e no ambiente familiar. Nesse contexto buscamos observar se ao longo do período projetado para acompanhamento, ela poderia apresentar, na comunicação, a prevalência de uma língua sobre a outra. Os dados obtidos nas fases de avaliação e acompanhamento do cotidiano da criança nos levaram a concluir que não houve diferenças significativas quanto ao emprego das duas línguas apesar de maior exposição a Libras e permanente correção de sinais pelo pai, o que não ocorreu com a língua portuguesa. Isso pode justificar um leve ganho na qualidade da comunicação, quando do uso da Libras, sobre a língua portuguesa .