Espaços de educação não formal são ambientes propícios para práticas pedagógicas inovadoras, com contribuições importantes para a formação cidadã. Entre essas práticas, destacamos a iniciação científica infanto juvenil, que costuma ser uma experiência marcante na vida de algumas pessoas. Orientar a iniciação científica demanda muitas aprendizagens do professor em formação inicial, entre elas o desenvolvimento de recursos para dialogar com os estudantes. Neste estudo, apresentamos a análise das aprendizagens de uma professora estagiária iniciante, durante um ano letivo de estágio, no Clube de Ciências da Universidade Federal do Pará (CCIUFPA). Acompanhamos a estagiária desde sua insegurança inicial para enfrentar a turma e interagir com os estudantes, até o momento em que, junto com seus colegas de equipe, orientou os trabalhos de investigação dos sócio-mirins para serem apresentados em uma feira de ciências. Concebemos a aprendizagem da professora como um processo diferenciado, que acontece em colaboração com colegas, durante a interação com as crianças e sem a presença de um professor formador. Um processo de produção subjetiva, de natureza simbólico-emocional, em grande medida inconsciente. Também entendemos o diálogo como um espaço subjetivamente configurado e não como mera troca linguística e intelectual. Um processo que depende, para sua continuidade, da implicação emocional dos envolvidos e dos saberes que eles dispõem. Assim, analisamos as aprendizagens da professora estagiária relacionadas ao diálogo, identificando a emergência de recursos subjetivos, relacionais e operacionais. Ao longo do ano, aconteceram algumas aprendizagens da professora estagiária relacionadas ao diálogo, esse procedimento complexo que passa a fazer parte da preparação da professora para sua futura atuação profissional.