Estudos atuais evidenciam o papel da microbiota intestinal na homeostase durante a vida e no processo de envelhecimento. A composição da microbiota é influenciada por diversos fatores como idade, tipo de alimentação e hábitos de vida. Com o surgimento de um novo Coronavírus em 2019, as autoridades governamentais do mundo todo adotaram medidas de contenção da doença como promover o distanciamento físico e social além de estimular maiores medidas de higienização. Nesse contexto, esse estudo teve como objetivo analisar se a composição da microbiota fecal de idosas antes e durante o distanciamento social e físico pela pandemia da COVID-19 se modificaria de maneira padrão. Ao todo, 15 mulheres com mais de 60 anos forneceram amostras de fezes em dois períodos: antes e após seis meses do início de distanciamento. Foram realizadas as extrações de DNA total utilizando o kit MoBio seguindo as instruções do fabricante e a amplificação e sequenciamento com Illumina Miseq da região hipervariável V3-V4 do gene 16SrRNA. Em média obteve-se 382.232 leituras de cada amostra e a curva de rarefação apresentou platô em cerca de 20 mil leituras. A análise dos amplicons mostrou que Firmicutes e Bacteroidetes representavam a maior parte dos componentes microbianos e que a razão entre esses Filos apresentou constância em 3 participantes, aumento em 7 e diminuição em 5, indicando a individualidade das amostras. Não foi possível agrupar as amostras pelos períodos "antes" e "durante" pelos índices de Jaccard, Bray Curtis e Unifrac. Os padrões microbianos se mantiveram entre as amostras durante as coletas. É possível concluir que as mudanças físicas e sociais causadas pela pandemia não causaram mudança padrão na composição da microbiota das idosas.