A constituição do professor que ensina matemática perpassa por diferentes saberes, de modo que muito desses saberes são frutos de experiências ainda na Educação Básica, visto que a composição de nossa identidade docente não se inicia no curso de formação de professores. Neste artigo, objetivamos investigar como professores/as aprenderam a ensinar Matemática, enfatizando cenários formativos, bem como a interação com outros pares e/ou processos de formação contínua que impactaram no modo de ver-se professor/a que ensina Matemática. As entrevistas com professoras/es das redes públicas e privadas de Manaus (AM) foram mediadas via WhatsApp por estudantes da disciplina “Conteúdo e Metodologia do Ensino de Matemática” do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Os resultados indicam diferentes composições do exercício professoral, perpassando por docentes que objetivam não reproduzir práticas ruins vivenciadas na infância, assim como a superação de práticas tradicionais a partir da convivência com pares dinâmicos e adeptos de um ensino de matemática lúdico e contextualizado. Os/as professores/as reforçam que a formação inicial nem sempre possibilitou o contato com diferentes formas de ensinar Matemática, levando-os a reprodução de práticas obsoletas, rememorando os modos como cada professor foi ensinado na Educação Básica. Sendo assim, os registros dos/as professores/as oportunizam o exercício reflexivo acerca do desenho da formação de professores que ensinam Matemática, nos levando a pensar e repensar currículos e práticas pedagógicas que dialoguem com as reais necessidades do acadêmico de Pedagogia, contudo, importa o registro de que a formação inicial não consegue abarcar todas as habilidades necessárias para o exercício profissional.