O PROCESSO DE ESCRITA DE SI DEFENDE A CONSTITUIÇÃO E EFETIVAÇÃO DO SUJEITO ENQUANTO ATOR-AUTOR DA PRÓPRIA HISTÓRIA - SUJEITO QUE CONTA, RECONTA E TRANSFORMA SUAS EXPERIÊNCIAS POR INTERMÉDIO DE UMA NARRATIVA CONCEBIDA ATRAVÉS DA REMEMORAÇÃO DO VIVIDO JUNTO AO EXERCÍCIO DE REFLEXÃO. NO CAMPO DA EDUCAÇÃO, É COMUM O USO DE PESQUISAS COM HISTÓRIA DE VIDA, ESPECIFICAMENTE, ADOTANDO O MÉTODO (AUTO)BIOGRÁFICO NA COMPOSIÇÃO DO MOVIMENTO DE INVESTIGAÇÃO-FORMAÇÃO, SEJA NO ÂMBITO DA FORMAÇÃO INICIAL OU CONTINUADA DE PROFESSORES, PROMOVENDO UM ENTRELAÇAMENTO DE VIDAS-TRAJETÓRIAS QUE JUSTIFICAM ESSA ÁREA DO SABER E DE ATUAÇÃO. DADO O CENÁRIO DE CONTEXTUALIZAÇÃO DA PESQUISA NARRATIVA, NOSSO TRABALHO TEM O OBJETIVO DE COMPREENDER COMO A MATEMÁTICA FOI CONSTITUÍDA NA VIDA-TRAJETÓRIA DE UMA ACADÊMICA DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) POR MEIO DE NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS. A ESCOLHA DA MATEMÁTICA COMO FONTE DE MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS, REFERE-SE POR ESTARMOS INSERIDOS EM UMA DISCIPLINA DO CURSO DE PEDAGOGIA, NA QUAL O USO DE NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS FOI VIVENCIADO ENQUANTO ATIVIDADE AVALIATIVA, POR ISSO, NESTE TRABALHO RESGATAMOS ALGUMAS DESSAS EXPERIÊNCIAS NARRADAS PARA COMPOR NOSSA REFLEXÃO. SABE-SE QUE A VIDA-TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO DO GRADUANDO EM PEDAGOGIA, POR VEZES, É MARCADA POR DIFICULDADES EM RELAÇÃO AO ENSINO DE MATEMÁTICA, MUITO DISSO, MOTIVADO POR UM ENSINO ESTÁTICO, DESCONTEXTUALIZADO E DISTANTE DA REALIDADE DO EDUCANDO, REFORÇANDO ESTIGMAS E PRECONCEITOS COM A DISCIPLINA, MESMO ESSA, SENDO UMA DAS MAIS EVIDENCIADAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA. POSTO ISSO, É FUNDAMENTAL QUE O FUTURO PROFESSOR POLIVALENTE BUSQUE RESSIGNIFICAR SUAS EXPERIÊNCIAS COM A MATEMÁTICA, A FIM DE QUE NÃO REPRODUZA PRÁTICAS OBSOLETAS DURANTE O EXERCÍCIO DE SUA PROFISSÃO. A PESQUISA JUSTIFICA-SE POR FORTALECER AS DISCUSSÕES DA LINHA “PESQUISA (AUTO)BIOGRÁFICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES” DO GRUPO DE PESQUISA EM SOCIOLOGIA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO (GRUPESPE) DA MESMA UNIVERSIDADE, PERMITINDO O DIÁLOGO ENTRE SABERES QUE EVOCAM A ESCRITA DE SI COMO MOLA PROPULSORA DA FORMAÇÃO E AUTOFORMAÇÃO DO PROFESSOR QUE ENSINA/ENSINARÁ MATEMÁTICA. A METODOLOGIA DO ARTIGO REFERE-SE A UMA PESQUISA NARRATIVA COM ABORDAGEM (AUTO)BIOGRÁFICA, DE MODO QUE OS DADOS FORAM GERENCIADOS A PARTIR DO EXERCÍCIO REFLEXIVO DE QUESTÕES PROPOSTAS NA DISCIPLINA SUPRACITADA, PERMITINDO O RESGATE DE MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DA INFÂNCIA COM A MATEMÁTICA, ALÉM DE FLUIR POR ENTRE-TEMPOS (PASSADO-PRESENTE; PRESENTE-PRESENTE; FUTURO-PRESENTE), POSSIBILITANDO COMPOR UM INVENTÁRIO PESSOAL ACERCA DA MATEMÁTICA NA/PARA VIDA. OS RESULTADOS EXPLICITAM AS MEMÓRIAS DE UMA ACADÊMICA DO 6º PERÍODO DO CURSO DE PEDAGOGIA NA UFAM, QUE SE ENCONTRA FRENTE AS DISCUSSÕES SOBRE O CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO POR MEIO DE DUAS DISCIPLINAS, A SABER: A CRIANÇA E A LINGUAGEM MATEMÁTICA (60H) E CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA (60H). ALÉM DISSO, TEM DESENVOLVIDO UM PROJETO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA RELACIONADO AO "LUGAR" DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO NORTE DO BRASIL. DADO O CENÁRIO, É PERCEPTÍVEL QUE A MATEMÁTICA TÃO NEGADA DURANTE A VIDA, TEM SE APROXIMADO VEEMENTE AO NOSSO LUGAR DE FALA, PERMITINDO COMPOR UM NOVO OLHAR ACERCA DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO INICIAL. AS NARRATIVAS SÃO APRESENTADAS NO TEXTO A PARTIR DOS TEMPOS PASSADO-PRESENTE, PRESENTE-PRESENTE E FUTURO-PRESENTE. NO PASSADO-PRESENTE, REMEMORAMOS A ESTUDANTE INSERIDA NOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO PERÍODO DE 2006 A 2010, ÉPOCA EM QUE A MATEMÁTICA SE APRESENTAVA ENQUANTO DISCIPLINA INACESSÍVEL, DIFÍCIL E DESCONTEXTUALIZADA. NO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO (1º AO 3º ANO), AS ATIVIDADES MATEMÁTICAS ERAM REDUZIDAS A COMPREENSÃO "SUPERFICIAL" DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL (SND), OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO, ALÉM DE MUITOS EPISÓDIOS TRAUMÁTICOS COM A TABUADA. VALE RESSALTAR QUE A TABUADA, POR TANTO TEMPO, DEIXOU MARCAS NEGATIVAS EM MUITAS HISTÓRIAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES, OCASIONANDO, O QUE SE CARACTERIZA POR MATEMAFOBIA. NO PASSADO-PRESENTE, NOS RECORDAMOS DA PREFERÊNCIA POR FALTAR ÀS AULAS DE MATEMÁTICA PARA QUE NÃO FOSSEMOS SUJEITADOS AO "TERROR" DA TABUADA. NO 4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL, MESMO COM A MUDANÇA DE ESCOLA, O ENSINO DE MATEMÁTICA SE MANTINHA O MESMO. APESAR DE UM NOVO ESPAÇO FÍSICO, NOVA PROFESSORA, AINDA ASSIM, A DISCIPLINA ERA APRESENTADA DE FORMA MECÂNICA E FOCALIZADA NOS EXERCÍCIOS DE "ARME E EFETUE", DESSA VEZ DE MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO. EMBORA A PROFESSORA APRESENTASSE MAIS HABILIDADES LÚDICAS, NO QUE TANGE A MATEMÁTICA, NÃO TÍNHAMOS MUITOS AVANÇOS, VISTO QUE O MAIOR DESAFIO DO ENSINO DA MATEMÁTICA É QUE O DOCENTE APRESENTE-A SEM A RIGIDEZ DAS ATIVIDADES TRADICIONAIS, PERMITINDO QUE A CRIANÇA “MATEMATIZE” DE FORMA ALEGRE, DINÂMICA E CONTEXTUALIZADA. ENTRETANTO, EM NOSSAS MEMÓRIAS, É MUITO VIVA A IDEIA DE QUE A CULTURA DO "SÓ SE APRENDE TREINANDO" ERA A BASE DAS EXTENSAS LISTAS DE ATIVIDADES, AS QUAIS NEM ENTENDÍAMOS O PORQUÊ DE ESTAR FAZENDO. POR FIM, NO FUTURO-PRESENTE DESTACAMOS A PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM ANDAMENTO QUE VISA IDENTIFICAR O “LUGAR” DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA REGIÃO NORTE. O INTERESSE PELO TEMA SE ORIGINA TAMBÉM DESSE MOVIMENTO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA MATEMÁTICA NA PRÓPRIA HISTÓRIA, OCASIONANDO NA SAÍDA DE UMA ZONA DE CONFORTO CIENTÍFICA, EVIDENCIANDO POSSIBILIDADES PARA NOVOS ESTUDOS QUE TENHAM A MATEMÁTICA NO CENTRO DO PROCESSO. EM LINHAS GERAIS, AS NARRATIVAS EVOCAM UM SABER CONSTRUÍDO AO LONGO DA VIDA-TRAJETÓRIA QUE SE ENTRECRUZAM NO CAMINHO FORMATIVO DA DISCIPLINA “CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA”, UMA VEZ QUE AS AULAS E DISCUSSÕES SÍNCRONAS POSSIBILITARAM RESSIGNIFICAR A IDEIA DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA, NOS FAZENDO REFLETIR TAMBÉM, QUE NOSSA EXPERIÊNCIA PODERIA TER SIDO DIFERENTE E MAIS PROVEITOSA NA INFÂNCIA. AO COMPREENDERMOS SOBRE AS VÁRIAS LACUNAS EM RELAÇÃO A FORMAÇÃO MATEMÁTICA DO PROFESSOR POLIVALENTE, FOMOS IMBUÍDOS DA NECESSIDADE DE UMA FORMAÇÃO CONTÍNUA E PERMANENTE QUE DESPERTE PARA O USO DE RECURSOS TEÓRICOS E PRÁTICOS QUE DIRECIONEM A UMA FORMAÇÃO HUMANA, MENOS TECNICISTA E QUE SUPRA AS REAIS NECESSIDADES DOS ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. A DEFESA POR UMA MATEMÁTICA VIVA, CONTEXTUALIZADA, INTERDISCIPLINAR E SIGNIFICATIVA SE INICIA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES, POIS É A PARTIR DO CONTATO COM A LITERATURA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA QUE PODEMOS RESSIGNIFICAR OS TRAUMAS, ANSEIOS E TEMORES EM RELAÇÃO À DOCÊNCIA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS. CONCLUÍMOS QUE AS NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS SÃO FONTES DE ESTUDO E PESQUISA QUE NOS PERMITEM DAR/SER VOZ SOBRE INÚMERAS SITUAÇÕES E EXPERIÊNCIAS QUE POR VEZES SÃO APAGADAS E/OU MINIMIZADAS POR UMA CIÊNCIA DE VIÉS MAIS POSITIVISTA. PORTANTO, NESTE TRABALHO, BUSCAMOS ELENCAR REFLEXÕES SOBRE O VIVIDO NA EDUCAÇÃO BÁSICA COM A MATEMÁTICA, PRIVILEGIANDO AS EXPERIÊNCIAS MAIS MARCANTES E SIGNIFICATIVAS ATRAVÉS DE ORIENTAÇÕES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DURANTE A DISCIPLINA CONTEÚDO E METODOLOGIA DO ENSINO DE MATEMÁTICA.