O PRESENTE TRABALHO INSERE-SE NO EIXO 07 “ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTOS” E TEM POR OBJETIVO INVESTIGAR COMO A AFETIVIDADE, ENQUANTO SENTIMENTO QUE FAVORECE AS RELAÇÕES ALUNO-ALUNO, ALUNO-PROFESSOR, ALUNO-ESCOLA E VICE-VERSA, DURANTE O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM NA ALFABETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA), PODE AUXILIAR NO ÊXITO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM SALA DE AULA, NO SENTIDO DA ELABORAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA POR PARTE DOS ESTUDANTES. TAL ESTUDO SE JUSTIFICA POR RELACIONAR O ACOLHIMENTO, NECESSÁRIO AOS ESTUDANTES QUE RETORNAM À ESCOLA OU NELA INGRESSAM PELA PRIMEIRA VEZ, NÃO COMO UM FAVOR, MAS COMO GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO ESCOLAR, NEGADO HISTORICAMENTE A ESSES SUJEITOS. AO MESMO TEMPO EM QUE A AFETIVIDADE É UM INSTRUMENTO QUE PODE COMBATER O PRECONCEITO E A BAIXA AUTOESTIMA QUE RECAI SOBRE ESTES ESTUDANTES. ESTE TRABALHO PRETENDE, TAMBÉM, RECONHECER AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ALFABETIZAÇÃO NA EJA, QUE VÃO ALÉM DA INSTRUÇÃO E DA CERTIFICAÇÃO, POIS PRETENDEM CONTRIBUIR COM A FORMAÇÃO HUMANA E INTEGRAL DOS EDUCANDOS. DESTA FORMA, O PROBLEMA DO ESTUDO AQUI APRESENTADO PARTIU DA SEGUINTE INDAGAÇÃO: “A AFETIVIDADE PODE CONTRIBUIR PARA O ACOLHIMENTO E O ENFRENTAMENTO DA BAIXA AUTOESTIMA DOS ALFABETIZANDOS DA EJA NO SENTIDO DE CONTRIBUIR PARA A SUA PERMANÊNCIA E PARA A CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS NA ESCOLA?”. PARA A EFETIVAÇÃO DO ESTUDO, A METODOLOGIA BASEIA-SE NA ANÁLISE DOS DADOS DE UMA PESQUISA REALIZADA DURANTE A EXECUÇÃO DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID), OFERECIDO PELA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ) E REALIZADO EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MESQUITA (ESTADO DO RIO DE JANEIRO), NO ANO DE 2019. NESTA PERSPECTIVA, A PROFESSORA DA PRIMEIRA FASE DO CICLO DE ALFABETIZAÇÃO DA EJA DIALOGOU COM AS BOLSISTAS (ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA) DO PIBID, EM BUSCA DO INCENTIVO ÀS PRÁTICAS DA LEITURA E DA ESCRITA, COM BASE NOS PROCESSOS DE LETRAMENTO E NAS ATIVIDADES DE ALFABETIZAÇÃO FOCADAS NO ACOLHIMENTO, NO CARINHO, NA DEDICAÇÃO E NA TERNURA. ESTE TRABALHO ENVOLVEU A PROFESSORA SUPERVISORA, O PROFESSOR COORDENADOR E NOVE BOLSISTAS, QUE REALIZARAM TAREFAS CONJUNTAS E COMPLEMENTARES, A PARTIR DAS QUAIS, ALÉM DE FAVORECER O DIÁLOGO ENTRE TODOS, CONTRIBUI PARA A APRENDIZAGEM E PARA A DIMINUIÇÃO DA EVASÃO ESCOLAR. O LEVANTAMENTO DOS DADOS OCORREU POR MEIO DOS ENCONTROS ENTRE ESCOLA E UNIVERSIDADE, NOS QUAIS FORAM REALIZADOS ESTUDOS E PLANEJAMENTOS CONSTANTES, A FIM DE CONSTITUIR UM CURRÍCULO QUE PARTISSE DAS NECESSIDADES DOS ALUNOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO. ESSES PLANEJAMENTOS INCLUÍAM A ELABORAÇÃO DAS TAREFAS E AVALIAÇÃO CONJUNTA DAS ATIVIDADES SELECIONADAS. O PRESENTE TRABALHO FUNDAMENTA-SE NA PERSPECTIVA FREIRIANA, QUANDO TRATA DA IMPORTÂNCIA DE UMA EDUCAÇÃO ENVOLVIDA POR DIÁLOGO, AFETO E AMOR. PARA PAULO FREIRE (1998), NÃO SE PODE FALAR DE EDUCAÇÃO SEM AMOR. EM CONSONÂNCIA COM O AUTOR (FREIRE, 1998, P. 50-51), “O QUE IMPORTA, NA FORMAÇÃO DOCENTE, [...] É A COMPREENSÃO DO VALOR DOS SENTIMENTOS, DAS EMOÇÕES, DOS DESEJOS, DA INSEGURANÇA A SER SUPERADA PELA SEGURANÇA, DO MEDO QUE, AO SER ‘EDUCADO’, VAI GERANDO A CORAGEM”. TAMBÉM SE FUNDAMENTA NOS ESTUDOS DE BARBOSA (2016; 2017), QUE TRAZEM A PERSPECTIVA DA ATUAÇÃO NO PIBID E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE EDUCADORES DA EJA E PARA A CONSTRUÇÃO DE CURRÍCULOS ADEQUADOS À REALIDADE DA MODALIDADE. E DIALOGA COM A PESQUISA DE LAFFIN (2007), QUE APONTA DIFERENTES MEDIAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA EJA E A QUESTÃO DA RECIPROCIDADE E ACOLHIMENTO COMO AÇÕES INTENCIONAIS NO PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM. ALÉM DISSO, TRAZ A PERSPECTIVA APONTADA POR SILVA (2018) SOBRE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EJA, À LUZ DAS PERSPECTIVAS E DEMANDAS ATUAIS DESTES PROCESSOS PARA A FORMAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS NO BRASIL. AS PRINCIPAIS CONCLUSÕES DA PESQUISA APONTAM QUE UM TRABALHO QUE CONSIDERE AS QUESTÕES DA AFETIVIDADE, POR MEIO DE UMA PEDAGOGIA DIALÓGICA, PODE TRAZER CONTRIBUIÇÕES POSITIVAS PARA A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES, QUE SE TORNAM PROTAGONISTAS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO, ALÉM DA CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA E INFLUÊNCIA NA REDUÇÃO DOS ÍNDICES DE EVASÃO ESCOLAR. COMPREENDER A ESPECIFICIDADE PEDAGÓGICA DA APRENDIZAGEM DOS SUJEITOS DA EJA SIGNIFICA COLOCÁ-LOS COMO CENTRO DO PROCESSO EDUCATIVO, PROMOVENDO A RECONSTRUÇÃO DE SUAS IDENTIDADES SINGULARES. APRENDER, NESTE SENTIDO, É MUITO MAIS DO QUE ASSIMILAR CONTEÚDOS CURRICULARES, REALIZAR ATIVIDADES E CERTIFICAR-SE. A APRENDIZAGEM NA EJA REAFIRMA A FORMAÇÃO INTEGRAL E HUMANA DOS SUJEITOS, EM PROCESSO DE MUDANÇA E CONTATO COM NOVAS MANEIRAS DE VER, PENSAR, FAZER OU FALAR (SCHNEIDER, 2020), OBJETIVANDO A CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO, A TROCA DE EXPERIÊNCIAS E UMA NOVA RELAÇÃO COM A INSTITUIÇÃO ESCOLAR. ASSIM, PÔR O FOCO NA FORMAÇÃO DE ALFABETIZADORES PARA A EJA VAI AO ENCONTRO DE UMA NECESSIDADE ATUAL, POIS POSSIBILITA O REPENSAR DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS QUE DIALOGAM COM A REALIDADE VIVENCIADA NAS ESCOLAS E NAS SALAS DE AULA, CONDUZIDO POR UM OLHAR CRÍTICO E CRIATIVO SOBRE OS EDUCANDOS E O PROCESSO DE ENSINO E DE APRENDIZAGEM DOS MESMOS. AINDA QUE SEJAM INÚMEROS OS DESAFIOS IMPOSTOS PELA REALIDADE, ESTES NECESSITAM SER PROBLEMATIZADOS E TENSIONADOS PELOS EDUCADORES ENVOLVIDOS NA MODALIDADE (SILVA, 2021). O TRABALHO COM A FORMAÇÃO DE EDUCADORES REQUER UMA ANÁLISE POLÍTICA DAS CONDIÇÕES EM QUE SE ENCONTRAM AS ESCOLAS ATUALMENTE E CAPAZ DE FORNECER SUBSÍDIOS PARA ESSA ANÁLISE CRÍTICA DAS CONDIÇÕES SOCIAIS E MATERIAIS DAS ESCOLAS DA EJA.