A Extensão afirma o compromisso social da universidade com a sociedade, aproximando as demandas sociais com a diversidade de produção cultural concentrada no âmbito acadêmico. Assim, o elo que se forma entre universidade e sociedade tende a desvelar um diálogo que constrói pontes para socialização do conhecimento produzido pela universidade e a sua significação na realidade. De acordo com Melo Neto (2006) a extensão é, assim, um trabalho social útil. Essa atividade ocupa um espaço significativo no âmbito acadêmico, visto que dinamiza e aprofunda a experiência formativa de alunos/as mergulhados/as na vivência junto à comunidade. Por outro lado, oportuniza a construção de uma reflexão crítica a partir de uma atividade prática e reflexiva. Sendo assim, ela exige uma capacidade de abstração, buscando fundamentos na pesquisa e uma dimensão educativa, que reafirma o caráter de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Nesse contexto, o projeto de Extensão desenvolvido em uma Escola Municipal, situada no bairro de Bodocongó, na cidade de Campina Grande PB, tem como finalidade, relacionar o conhecimento teórico de alunos/as a uma prática, buscando uma interação, através do diálogo, na construção de saberes que favoreçam tantos graduandos/as, na sua formação acadêmica, quanto a comunidade ao contribuir com a promoção do seu desenvolvimento. Nessa perspectiva a Extensão junto à Comunidade Escolar desenvolve o projeto que visa promover a formação de professores/as na área da Educação Ambiental, para que se tenha uma mobilização diante da crise ambiental contemporânea, que se intensificou pelo atual modelo de sociedade, cujo principal sintoma, segundo Boff (2011, P.18) “aparece sob o fenômeno do descuido, do descaso e do abandono, numa palavra, da falta de cuidado”. O projeto objetiva proporcionar uma melhor preparação para a atuação profissional, nessa área, tanto no âmbito da Universidade, no sentido da preservação e do cuidado do Patrimônio Público, quanto na atuação junto à comunidade, visando melhorar a qualificação de docentes que estão na escola para atuarem em prol de uma melhor qualidade de vida, na perspectiva da ação cidadã. Segundo Freire (1987, p. 58) “só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens [e mulheres] fazem no mundo, com o mundo e com os outros”. As etapas do projeto, no período de 2013 a 2014, estão sendo desenvolvidas com a participação de gestoras, equipe técnica, professores/as, alunos/as, por meio de palestras, encontros, vivências, oficinas e cursos, que vem possibilitando a Formação Complementar e Continuada em Educação Ambiental na perspectiva da cidadania, e integrando a comunidade escolar e alunos/as de graduação da UEPB. Para Vygotsky (2001, p.456), “no fim das contas só a vida educa e quanto mais ela irromper na escola mais dinâmico e rico será o processo educativo”. A extensão universitária, junto à comunidade escolar, possibilita a ampliação do pensar/fazer dos sujeitos envolvidos acerca da crise ambiental que se torna uma preocupação social, e nos desafia a buscar meios que venham minimiza-la. Sendo assim, é o envolvimento na atividade educativa que possibilita a mobilização nos processos de apropriação, aprendizagem, criação e invenção para possíveis transformações culturais, no cotidiano da escola e na sociedade. Dessa forma o projeto de extensão desenvolvido na área da Educação Ambiental proporciona a integração de professores e estudantes da UEPB e comunidade escolar para reflexão sobre os problemas ambientais visando possíveis transformações dessa realidade.