ESTE TRABALHO IDENTIFICA E ANALISA OS PROBLEMAS DE GÊNERO E SEXUALIDADE VIVENCIADOS POR ADOLESCENTES E JOVENS EM SITUAÇÃO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE EM DUAS COMUNIDADES DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE SALVADOR, CASE MASCULINA E CASE FEMININA, GERIDAS PELA FUNDAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (FUNDAC), ÓRGÃO VINCULADO À SECRETARIA DE JUSTIÇA, DIREITOS HUMANOS E DESENVOLVIMENTO SOCIAL (SJDHDS), RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DA POLÍTICA PÚBLICA DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE INTERNAÇÃO E SEMILIBERDADE NO ESTADO DA BAHIA. EM DIÁLOGO COM EPISTEMOLOGIAS FEMINISTAS, QUEER E DECOLONIAIS E COM PROFISSIONAIS DAS DIVERSAS ÁREAS DE ATUAÇÃO E MINHA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA NO TRABALHO NA FUNDAC, DEMONSTRO COMO OS PROBLEMAS DE GÊNERO E SEXUALIDADE ENCONTRADOS NO AMBIENTE DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE SÃO DECORRENTES DE CONCEPÇÕES ORIGINAIS, ESSENCIAIS E UNÍVOCAS DE SEXO/GÊNERO/SEXUALIDADE PERPETRADAS, AO LONGO DA HISTÓRIA, POR UMA CULTURA IMPREGNADA POR IGNORÂNCIAS E TABUS SEXUAIS, QUE ENCONTRA NO CONTEXTO SOCIOEDUCATIVO ESPAÇO PROPÍCIO PARA A AMPLIFICAÇÃO DE ESTIGMAS, EXCLUSÕES E VIOLÊNCIAS PRATICADAS POR EDUCANDOS/AS, PROFISSIONAIS E INSTITUIÇÃO. DESSE MODO, VERIFICAMOS COMO, NO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO, OS DIREITOS SEXUAIS AINDA SÃO CONSIDERADOS DE SEGUNDA ORDEM, SECUNDÁRIOS OU SUPÉRFLUOS, REVELANDO CONTRADIÇÕES PROFUNDAS ENTRE OS AVANÇOS LEGAIS DE PROMOÇÃO E GARANTIA DOS DIREITOS SEXUAIS E A MANUTENÇÃO DE TECNOLOGIAS PUNITIVAS, QUE SERVEM, SOBRETUDO, PARA REIFICAR A ORDEM HEGEMÔNICA MASCULINISTA, HETERONORMATIVA E LGBTFÓBICA. EM CONTRAPARTIDA, EVIDENCIAMOS TAMBÉM O SURGIMENTO DE PULSÕES DE VIDA ENTRE EDUCANDOS/AS PELO ESTABELECIMENTO DE RELAÇÕES SOLIDÁRIAS, AMOROSAS E TRANSGRESSORAS, BEM COMO ENTRE OS/AS PROFISSIONAIS, ATRAVÉS DO ENGAJAMENTO NA IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS QUE RECONHECEM, PROMOVEM E GARANTEM OS DIREITOS HUMANOS E SEXUAIS.