A PORNOGRAFIA É UM ASSUNTO QUE GERA MUITA POLÊMICA E DEBATE, O QUE PODE ASSOCIADO A ESTA SER UMA FORMA DE TRABALHO EM QUE CORPOS SÃO EXPOSTOS. APESAR DOS JULGAMENTOS E DISCURSOS MORAIS QUE AS PROFISSIONAIS VIVENCIAM, A PORNOGRAFIA É UMA CONSTRUÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA, PRESENTE EM MÚLTIPLOS ESPAÇOS, DE VARIADAS FORMAS AO LONGO DO TEMPO. O PRESENTE TRABALHO PROPÕE-SE A DISCUTIR, A PARTIR DO REFERENCIAL PROPORCIONADO PELA PSICOLOGIA SOCIAL TEÓRICO-CRÍTICA, AS QUESTÕES DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE NO CONTEXTO DA INDÚSTRIA PORNOGRÁFICA BRASILEIRA, BUSCANDO COMPREENDER, A PARTIR DA FALA DE PROFISSIONAIS DO RAMO, COMO A PORNOGRAFIA É VIVENCIADA POR ELAS, O IMPACTO DESSA VIVENCIA E AS TRANSFORMAÇÕES NA SUBJETIVAÇÃO DECORRENTES DA INSERÇÃO NESSA INDÚSTRIA. PARA TANTO, UTILIZAMOS UMA METODOLOGIA QUALITATIVA, COM A REALIZAÇÃO DE ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS VIA VIDEOCONFERÊNCIA COM TRÊS MULHERES QUE TRABALHAM NO RAMO EM DIFERENTES FUNÇÕES. AS ENTREVISTAS FORAM SUBMETIDAS À ANÁLISE DE CONTEÚDO, RESULTANDO EM CINCO CATEGORIAS: PORNOGRAFIA E PRECONCEITO; FUNÇÃO SOCIAL DA PORNOGRAFIA; PORNOGRAFIA E CAPITALISMO; PORNOGRAFIA COMO ESPAÇO DE LIBERDADE; PORNOGRAFIA E QUESTÕES DE GÊNERO. A ANÁLISE PRELIMINAR DOS DADOS INDICA QUE HÁ UM REGRAMENTO BASEADO EM COSTUMES E MORALISMOS DE UM ESPAÇO-TEMPO SOBRE A SEXUALIDADE DAS MULHERES, E QUE APESAR DE SE CONFIGURAR COMO UMA INDÚSTRIA CULTURAL, A PORNOGRAFIA É UM MEIO MIDIÁTICO PELO QUAL AS MESMAS CONSEGUEM EXERCER SUA INDIVIDUALIDADE E DESEJO PESSOAL LIVRE DESSE ENQUADRAMENTO SOCIAL. ASSIM, AO ENFOCAR NAS MULHERES QUE TRABALHAM NESSE CAMPO, OBSERVA-SE UMA RESSIGNIFICAÇÃO DAS MESMAS COM O SEU PRÓPRIO CORPO E SEXUALIDADE.