FRUTO DO DIÁLOGO TEÓRICO-METODOLÓGICO ENTRE A ANTROPOLOGIA E A EDUCAÇÃO, ESSA PESQUISA, DE CARÁTER QUALITATIVO E DE PERSPECTIVA ETNOGRÁFICA TAL QUAL PENSADA POR PEIRANO (2014), FOI REALIZADA EM 2017 EM ESCOLAS PÚBLICAS DA PERIFERIA DE FORTALEZA. A INTENÇÃO DO TEXTO É EXPLORAR A MISCELÂNEA DE EXPERIÊNCIAS DE ESTUDANTES LGBT QUE TOMAM LUGAR NO SEIO DAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES INVESTIGADAS, COMPREENDENDO A RELAÇÃO QUE ESTABELECEM COM O UNIVERSO ESCOLAR E ANALISANDO COMO TAIS JOVENS EXPERIMENTAM O TEMPO DA ESCOLA. APESAR DE O DISCURSO OFICIAL ESCOLAR PARTIR DE UMA SUPOSTA IGUALDADE DE TRATAMENTO E MODOS SIMILARES DE VIVER A ESCOLA, A PESQUISA VERIFICOU A SEXUALIDADE COMO POTENTE MARCADOR SOCIAL DA DIFERENÇA, OBSERVANDO COMO A HUMILHAÇÃO, INVISIBILIDADE E AUSÊNCIA DE RECONHECIMENTO MARCAM FORTEMENTE OS JOVENS INTERLOCUTORES. APESAR DISSO, A EXISTÊNCIA – E RESISTÊNCIA – DE UMA JUVENTUDE DESCOLADA DAS NORMAS HEGEMÔNICAS DO GÊNERO (BUTLER, 2012) ABALA AS ESTRUTURAS DOS ESPAÇOS ESCOLARES QUE DESEJAM PRODUZIR CORPOS E SUBJETIVIDADES “NORMAIS” (LOURO, 2000; FOUCAULT, 1988). ASSIM, APESAR DAS TENTATIVAS DE APAGAMENTO E ANIQUILAMENTO DAS EXISTÊNCIAS E SUBJETIVIDADES DESVIADAS, ESTAS CONTINUAM A EXISTIR, RESISTINDO À VIOLÊNCIA PERPETRADA, CRIANDO FISSURAS NA HETERONORMA QUE REGE OS ESPAÇOS ESCOLARES. SE A ESCOLA OS FAZ ACREDITAR, COTIDIANAMENTE, QUE ALI NÃO HÁ ESPAÇO PARA SUAS AFETIVIDADES E EXISTÊNCIAS, AS “BICHAS” ENFRENTAM – DE DIFERENTES FORMAS E INTENSIDADES – AS INÚMERAS FORMAS DE OPRESSÃO ENGENDRADAS NAS ESCOLAS E RESISTEM, MESMO QUE NAS BORDAS, À ORDEM ESTABELECIDA, VISANDO APROVEITAR AS VANTAGENS SOCIAIS QUE A EXPERIÊNCIA ESCOLAR FORMAL TRAZ.