ESTE ARTIGO APRESENTA UMA ANÁLISE DAS OBRAS CROSSING, WINDMAKER, ENTRE-TEMPS E CAKE D’AMOUR DA ARTISTA E CINEASTA BRASILEIRA KIKA NICOLELA, POR MEIO DE UMA PERSPECTIVA FEMINISTA E DAS OBRAS DOS FILÓSOFOS MICHEL FOUCAULT E JUDITH BUTLER. AS OBRAS FORAM LANÇADAS ENTRE OS ANOS DE 2003 E 2017 E TÊM O CORPO FEMININO COMO PROTAGONISTA DE SUAS NARRATIVAS. ESSES CORPOS SÃO EXPOSTOS A DIFERENTES SITUAÇÕES QUE NOS FAZEM REFLETIR SOBRE A CONSTRUÇÃO DO LOCAL DESTINADO ÀS MULHERES NA SOCIEDADE E SOBRE COMO PODEMOS RESSIGNIFICÁ-LOS, TRANSFORMANDO-OS EM CORPOS SUBVERSIVOS E TRANSGRESSORES. AS QUATRO OBRAS DA AUTORA SE COMPLEMENTAM E CONVERGEM PARA A IDEIA DE QUE O CORPO FEMININO PASSA POR DIFERENTES PROCESSOS QUE RESULTAM NA PERDA DE SUA PRÓPRIA IDENTIDADE. A CRIAÇÃO DE UM PADRÃO ÚNICO TANTO ESTÉTICO, QUANTO COMPORTAMENTAL, TORNA-SE VIOLENTO PARA QUEM É CONSIDERADO DIFERENTE, RESTRINGINDO O ESPAÇO PARA A DIVERSIDADE E A INDIVIDUALIDADE. NO ENTANTO, REFLETINDO SOBRE PROCESSOS DE COMO AS MULHERES PODEM RESISTIR A ESTE APRISIONAMENTO DE SEUS CORPOS, PODEMOS RECONHECER CAMINHOS REALIZADOS POR ELAS EM BUSCA DA LIBERDADE E DA AFIRMAÇÃO DE SUA PRÓPRIA EXISTÊNCIA ENQUANTO UM CORPO QUE IMPORTA.